quarta-feira, 26 de março de 2014

Porto de Mariel: ouvindo o outro lado - e o contraditando

A notícia de que o governo brasileiro estaria investindo na construção de um porto em Cuba causou muito barulho por aqui. As críticas vieram de todos os lados: por que o governo brasileiro estaria investindo em um porto em outo país? Isso seria correto? A respeito disso, encontrei essa matéria da revista Carta Capital: Por que o Brasil está certo ao investir em Cuba.

A matéria está correta em muitos aspectos, ao abordar as vantagens comerciais que tal investimento trará às empresas brasileiras, e ao próprio Brasil. Mas o fator mais importante não foi levado em conta: não seria melhor para as empresas brasileiras se, antes de elas se beneficiarem de um porto em um País estrangeiro, pudessem se beneficiar de boas estradas, uma boa infraestrutura portuária e aeroportuária, ferrovias - para transporte de cargas e de passageiros - aqui no Brasil mesmo? A meu ver, as empresas e a população brasileiras seriam muito mais beneficiadas se fosse implementada essa infraestrutura aqui no Brasil mesmo. Não há sentido em investir em obras fora do País enquanto os portos e aeroportos, as estradas e ferrovias do Brasil estiverem em péssimas condições, travando o crescimento do País.

Sou um defensor da integração entre os povos, entre os diversos Países. Mas entendo que qualquer Governo deve ter como principal objetivo o bem-estar do povo governado. Deve-se, sim, garantir a integração internacional e a boa convivência com os Estados estrangeiros, mas nunca deixar a própria população em segundo plano. Também refuto as alegações ideológicas usadas para atacar o investimento em Cuba - ou seja, o discurso de que "Cuba é comunista, então não devemos investir lá". Só acho inaceitável que, com tantos problemas por resolver no País, se priorizem investimentos em outros países que trazem menos vantagens do que trariam investimentos feitos aqui, enquanto estes últimos sejam necessários.

Enfim, espero que o Governo brasileiro (e aqui não estou fazendo nenhuma consideração de natureza partidária, me refiro a qualquer pessoa que exerça a Presidência da República) reveja suas prioridades, e que os investimentos em infraestrutura em outros Países somente sejam feitos quando houver dinheiro para fazê-los sem descuidar dos problemas internos.

Nenhum comentário: