quinta-feira, 26 de julho de 2007

O Primo Basílio

Soube que está próximo o lançamento do filme "O primo Basílio", película brasileira inspirada no livro homônimo de Eça de Queiroz. Já estava em tempo de a Sétima Arte se ocupar de uma das mais importantes obras da literatura lusa.

Já tive o prazer de ler o livro, e é uma obra que desnuda de forma impressionante os diversos caracteres humanos. Jorge, o bom marido, homem trabalhador, Luísa, perfeita esposa até ter sua fragilidade totalmente exposta, Basílio, o conquistador desapaixonado, e Juliana, a pessoa humilde que se agarra a uma oportunidade de subir na vida sem medir conseqüências. E creio que não me cabe falar mais do livro, ou vou estragar surpresas.

Confesso que estou curioso em ver esses personagens ganhando vida no cinema. Assim que tiver chance de ver o filme, vou comentá-lo por aqui.

A propósito, minha atual incursão literária é o Febeapá, do imortal Stanislaw Ponte Preta. Até aqui estou gostando. Depois eu conto como foi.

Governo Arruda após sete meses

Antes de escrever esta coluna, eu visitei o site do Metrô do Distrito Federal (no óbvio endereço http://www.metro.df.gov.br, a fim de confirmar a informação que eu recebera há algum tempo: que, a partir do dia 04 de agosto - um sábado - o Metrô funcionaria também nos finais de semana, no horário das 07 às 19 horas. Uma expansão de horário já demandada pelos brasilienses desde a inauguração comercial do Metrô, em 2001.

Dessa forma, vou aproveitar o gancho do novo horário para fazer um comentário geral sobre os primeiros sete meses do governo de José Roberto Arruda. Antes de mais nada, quero deixar claro que este é um blog apolítico, e que não pretendo fazer campanha a favor ou contra o governador, mas analisar friamente sua atuação.

Para chegar ao Buriti, Arruda conseguiu uma das mais impressionantes recuperações políticas da história. Ocupando o cargo de Senador, ele renunciou após ser acusado de envolvimento na violação do painel do Senado. Para retornar ao cenário político, adotou um discurso humilde: reconheceu o erro, e pediu uma nova chance ao eleitor de Brasília. Foi atendido. Candidato a deputado federal em 2002, elegeu-se com a impressionante marca de 25% dos votos - não sei se existe algum precedente semelhante na história do país.

Tendo feito um mandato de oposição ao governo Lula, Arruda não se envolveu em novos escândalos, e a nova imagem, associada à expressiva votação, o credenciaram a concorrer ao governo do Distrito Federal. Teve que enfrentar a petista Arlete Sampaio e a tucana Maria Abadia, então governadora - assumira o cargo após a renúncia de Joaquim Roriz, e recebera apoio deste nas eleições. Arruda não tomou conhecimento das adversárias: ganhou a eleição no primeiro turno.

Arruda mostrou muita coragem nos seus primeiros dias de governo. Sua primeira medida foi reduzir o número de secretarias e de cargos comissionados na estrutura do Poder Executivo. Uma medida popular, porém já clamada pela sociedade há anos. Pouco depois de tomar posse, ele ainda providenciou a demolição de vários esqueletos de obras paradas e/ou irregulares, que, além de tudo, enfeiavam a paisagem brasiliense. Outros governos não tiveram tal atitude.

Mas, é claro, seu governo vem encontrando desafios. Os transportes constituem o principal deles. As vans que circulavam irregularmente pelo Distrito Federal foram retiradas de circulação. Outra medida impopular, ainda que o governador tenha agido no estrito cumprimento da lei. Embora a retirada das vans tenha poupado os brasilienses de um meio de transporte nem sempre seguro, geraram um problema de escassez de meios de transportes e de superlotação dos ônibus existentes. E nisso reside o grande desafio do governo: substituir adequada e legalmente as vans retiradas de circulação.

Ainda na área dos transportes, é de se elogiar a atuação do governo com relação ao Metrô - e aí entra o gancho que eu coloquei no início deste texto. Desde os tempos de operação experimental que o Metrô funcionava no mesmo inadequado horário: de segunda a sexta-feira, das 06 às 20 horas. Quem estudava até tarde nos dias de semana ou tinha algum compromisso nos finais de semana ficava na mão. A primeira medida tomada foi estender o horário nos dias de semana até às 23h30, possibilitando o atendimento aos trabalhadores e estudantes do terceiro turno. E agora os trens passarão a atender também nos finais de semana, das 07 às 19 horas. Uma opção a mais para trabalhadores, estudantes, pessoas que querem visitar parentes e até para torcedores, já que há estações próximas aos dois principais estádios do DF, o Mané Garrincha e o Serejão. Mencione-se ainda o início da operação comercial da Ceilândia e a retomada das obras em futuras estações daquela cidade, além da estação 108 sul.

Finalmente, o governador Arruda terá os tradicionais desafios que todo o governo, em qualquer lugar do Brasil, encontra: tirar a educação e a saúde da caótica situação em que se encontram. Talvez seja realmente esse o maior desafio, e certamente será impossível fazer milagres. O importante é dar um mínimo de condições dignas aos usuários desses serviços públicos.

A primeira análise, de um modo geral, é positiva. Um governo com qualidades e defeitos, como qualquer outro, mas principalmente sem medo de tomar medidas benéficas à população. Veremos o que vou dizer nos próximos meses e anos.

Minha coluna sobre futebol

Além deste blog, eu escrevo uma coluna para o site Papo de Bola. Nessa coluna falo sobre o esporte em geral, mas sobretudo o esporte de Brasília e sobretudo do sobretudo o futebol.

O tema certamente vai ser abordado por aqui também, mas para não repetir colunas e prestigiar o site para o qual eu escrevo, vou colocar somente o link aqui. E eis o link para a minha coluna mais recente:

http://www.papodebola.com.br/debrasiliaedomundo/20070724.htm

Visitem e divulguem para seus amigos. E aproveitem para visitar também o restante do site - cujo link adiciono agora ao lado.

Mais da crise aérea: culpa do Lula?

Vou inaugurar este humilde blog falando da crise aérea. Em outras palavras, sim, vou chover no molhado, vou falar de um tema sobre o qual toda a Imprensa já falou. Mas talvez seja necessário fazer uma tempestade para resolver um problema que já se estende há pouco menos de um ano. Dessa forma, vou jogar minhas gotinhas nessa tempestade.

Até que ponto Lula é culpado por tudo o que vem acontecendo? É difícil culpá-lo pela colisão do avião da Gol com o jato Legacy, que restituiu 174 almas ao mundo espiritual. Erro dos controladores? Erros do piloto do Legacy? Erro do piloto do Gol? Não se sabe. O que se sabe é que essa colisão foi a faisca que fez explodir o barril de pólvora que há décadas vinha se armando - e nem Lula nem seus antecessores fizeram algo para impedir que ele explodisse.

Lula não é culpado pelo acidente do avião da Gol, mas é culpado de não ter aberto os olhos para as condições precárias em que trabalhavam os controladores de vôo, e as conseqüentes reivindicações da categoria. Não estou defendendo a tese de que o Governo deve se curvar a todas as exigências de seus servidores, mas lidar com uma sobrecarga de trabalho, com a obsolescência dos equipamentos e com uma remuneração indigna certamente foi um peso que os controladores carregavam, e o governo não viu. Não tomou providências, sob o velho pretexto de que "não há dinheiro". Por isso, pagou o preço. Ou melhor, o povo pagou o preço, e ainda vem pagando em longas horas de espera nos aeroportos.

Lula é culpado também de se abster de aplicar uma lei que previa punições a militares que se amotinassem - e de, dos Estados Unidos, mandar uma ordem para que os controladores não fossem punidos. O recado aos controladores foi claro: "Podem fazer greve e motim à vontade, não vamos prendê-los". Depois voltou atrás, e prometeu realizar prisões caso houvesse novo motim, mas aí a primeira greve já tinha sido realizada, passageiros já haviam perdido horas preciosas de suas vidas e ficou por isso mesmo.

Lula é culpado, ainda, de nos três anos e nove meses transcorridos entre sua posse e o início da crise aérea, não ter investido nas obras da pista do aeroporto de Congonhas. A razão? A mesma de sempre: não há dinheiro. Enquanto isso, os banqueiros do FMI nadavam no dinheiro pago religiosamente pelo governo brasileiro, sem que um só centavo lhes fosse negado por falta de recursos. Aí, quando a crise se instalou e a obra se tornou urgente, finalmente a construção da nova pista foi iniciada - contratada sem licitação, é bom que se lembre - e, alguns dias depois, entregue à população. Mas, tendo sido construída às pressas, faltaram-lhe as ranhuras fundamentais para dar condições de pouso em épocas de chuva. Primeiro foi um avião de pequeno porte que derrapou, sem vítimas. Quanto ao que aconteceu no dia seguinte, nem é preciso dizer, os jornais do Brasil e do mundo disseram exaustivamente.

Finalmente, Lula é culpado de, nesse contexto todo, fazer o povo de palhaço, anunciando medidas inócuas a cada novo capítulo da crise e nomeando uma Ministra do Turismo que sugere ao povo "relaxar e gozar" e um Ministro da Fazenda que, revivendo a promessa do "espetáculo do crescimento", afirma categoricamente que a crise aérea é o preço que se paga pelo extraordinário crescimento econômico do país.

Não se trata aqui de fazer campanha política a favor nem contra ninguém, mesmo porque é difícil afirmar que o Brasil não estaria passando por essa situação se Serra, Alckmin, Cristovam ou Heloísa Helena ocupasse a Presidência. Mas isso não importa, o que importa é que Lula é quem está lá, e a ele cabe tomar reais providências visando a acabar com a crise, e não amenizá-la. Ele e sua equipe de governo devem trabalhar ao invés de fazer gestos obscenos ao descobrir que parte da culpa não lhes cabe.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Teste

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