sexta-feira, 5 de março de 2010

Trote: até quando?

Leio a notícia de um trote violento na Universaidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo, e começo a pensar: até quando esse tipo de prática continuará acontecendo? E não me refiro somente aos trotes violentos, mas até os trotes, digamos, não-violentos submetem os novatos das universidades a humilhações injustificáveis, por terem cometido o "crime" de fazer um bom vestibular e ingressar numa instituição de ensino superior.

Quando cursei Física na Universidade de Brasília, vi diversos trotes sendo aplicados em estudantes recém-admitidos, normalmente aplicados em dias de provas, ou outros eventos em que a presença dos alunos é imprescindível. A atmosfera ficava irrespirável no local do trote, devido ao uso de produtos que cheiram mal para sujar os calouros. Por vezes vi fios de cabelo espalhados pelo chão, fruto de uma das práticas mais nefastas desse tipo de "brincadeira", que é cortar o cabelo dos novatos. E a maioria desses trotes são considerados não-violentos, não geram repercussão e ninguém acaba punido.

Pior de tudo é ver a prática do trote até mesmo marcada como tradicional. É comum ver propagandas de cursinhos ou materiais didáticos em que aparecem pessoas pintadas, ou com a cabeça raspada, para caracterizar a entrada na Universidade. Isso "oficializa" a prática, tornando-a algo comum, e não uma abominação, que deveria ficar restrita ao passado, e não ser reproduzida em pleno Século XXI.

Até quando leremos notícias de trotes violentos? Veremos nossos filhos chegando em casa sujos e desconsolados? Quando entraremos no Século XXI?

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